Naquele tempo, os fariseus e alguns
doutores da Lei vindos de Jerusalém, reuniram-se a volta de Jesus e viram que
vários de seus discípulos comiam pãos com a s mãos impuras, isto é, por lavar.
É que os fariseus e todos os judeus em
geral não comem sem ter lavado e esfregado bem as mãos, conforme a tradição dos
antigos;
ao voltar da praça pública, não comem sem
se lavar; e há muitos outros costumes que seguem, por tradição: lavagem das
taças, dos jarros e das vasilhas de cobre.
Perguntaram-lhe, pois, os fariseus e
doutores da Lei: «Porque é que os teus discípulos não obedecem à tradição dos
antigos e tomam alimento com as mãos impuras?»
Respondeu: «Bem profetizou Isaías a vosso
respeito, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o
seu coração está longe de mim.
Vazio é o culto que me prestam e as
doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos.
Descurais o mandamento de Deus, para vos
prenderdes à tradição dos homens.»
Chamando de novo a multidão, dizia:
«Ouvi-me todos e procurai entender.
Nada há fora do homem que, entrando nele,
o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro.
Porque é do interior do coração dos
homens que saem os maus pensamentos, as prostituições, roubos,
assassínios,
adultérios, ambições, perversidade, má
fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios.
Todas estas maldades saem de dentro e
tornam o homem impuro.»
Comentário ao Evangelho do
dia feito por :
Concílio Vaticano II
Constituição dogmática
sobre a Igreja no mundo de hoje «Gaudium et spes» § 82
«É do interior do coração
dos homens»: o coração de cada homem é fonte de paz ou de guerra?
É, portanto, claro, que nos devemos
esforçar por todos os meios por preparar os tempos em que, por comum acordo das
nações, se possa interditar absolutamente qualquer espécie de guerra. [...] E
dirijam-se a Deus instantes preces, para que lhes dê [aos responsáveis
políticos] a força necessária para empreender com perseverança e levar a cabo
com fortaleza esta obra de imenso amor aos homens, que é construir virilmente a
paz. Hoje em dia, isto exige certamente deles que alarguem o espírito para além
das fronteiras da própria nação, deponham o egoísmo nacional e a ambição de
dominar os outros países, fomentem um grande respeito por toda a humanidade que
já avança tão laboriosamente para uma maior unidade. No entanto, evitem os
homens entregar-se apenas aos esforços de alguns, sem se preocuparem com a
própria mentalidade. Pois os governantes, responsáveis pelo bem comum da
própria nação e, ao mesmo tempo, promotores do bem de todo o mundo, dependem
muito das opiniões e sentimentos das populações.
De nada lhes aproveitará dedicarem-se à
edificação da paz enquanto os sentimentos de hostilidade, desprezo e
desconfiança, os ódios raciais e os preconceitos ideológicos dividirem os
homens e os opuserem uns aos outros. Daqui a enorme necessidade duma renovação
na educação das mentalidades e na orientação da opinião pública. Aqueles que se
consagram à obra de educação, sobretudo da juventude, ou que formam a opinião
pública, considerem como gravíssimo dever o procurar formar as mentalidades de
todos para novos sentimentos pacíficos. Todos nós temos, com efeito, de
reformar o nosso coração, com os olhos postos no mundo inteiro e naquelas
tarefas que podemos realizar juntos para o progresso da humanidade.
Fonte> Evangelho Cotidiano - EAQ
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