ANO DA FÉ, GRANDE CHAMADO À SANTIDADE
Pe. José Antonio Tejada
Paróquia Santa Bernadette
O Ano da Fé se
apresenta como uma “hora de Deus” para a Igreja Católica. São objetivos da vivência do Ano da Fé: a)
renovar a profissão da fé, de maneira pessoal e comunitária; b) aprofundar o
conhecimento das verdades da fé; c) difundir, estudar e conhecer melhor o
Catecismo da Igreja Católica e/ou o Compêndio do Catecismo; d) pedir perdão a
Deus pelas infidelidades contra a fé; e) despertar nos fiéis um novo apreço
pela fé católica, a alegria de crer e o desejo de testemunhar e transmitir a fé
aos outros (Card. Dom Odilo Pedro Scherer)
Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações,
tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar Ap 7,9.
“Festejamos a cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa
mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente o vosso
louvor. Para esta cidade caminhamos pressurosos, peregrinando na penumbra da
fé” (Prefácio da Missa de todos os Santos). Neste Domingo, olhamos para cima,
buscando as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita do Pai (cf. Cl 3,1), pois Deus, que nos fez para a comunhão com Ele na
eternidade, não pensou para nós o nivelamento no pecado, na maldade, na
corrupção. Fomos feitos para a perfeição, para a santidade. Ser santos é nossa
vocação, partindo da santidade que é dom recebido no Batismo (1 Jo 3,1-3), para
percorrer os passos da santidade moral, dever de todo cristão.
O reconhecimento da
santidade de homens e mulheres, quando a Igreja celebra beatificações ou
canonizações, como fez há poucos dias o Papa Bento XVI (cf. Homilia do
Papa Bento XVI, no dia 21 de outubro de 2012), quer
mostrar a todas as pessoas, de todas as classes sociais, idades e vocações, que
a proposta da vivência do Evangelho lhes é igualmente destinada.
São Jacques
Berthie, sacerdote jesuíta francês, missionário em Madagascar, lutou
contra a injustiça, levando alívio aos pobres e enfermos. Os malgaxes o
consideravam um sacerdote vindo do céu, e diziam: Tu és o nosso "pai e mãe"! Morreu dizendo: «Prefiro antes morrer que renunciar à minha
fé». Retidão e coerência na profissão de fé como bússola para a própria
vida!
São Pedro Calungsod, catequista, evangelizador, mártir! Demonstrou grande fé e
caridade, e continuou catequizando os seus muitos convertidos, dando testemunho
de Cristo através de uma vida de pureza e dedicação ao Evangelho. A estrada da
santidade é feita também para os jovens, dos quais se espera respostas
corajosas!
São Giovanni Battista Piamarta, sacerdote de Brescia, na Itália, apóstolo
da caridade e da juventude, dedicou-se ao progresso cristão, moral e
profissional das novas gerações, com a sua esplêndida humanidade e bondade, com
confiança inabalável na Providência Divina e profundo espírito de sacrifício. O
segredo da sua vida, intensa e ativa, residia nas longas horas que ele dedicava
à oração. Quando estava sobrecarregado pelo trabalho, aumentava o tempo do
encontro, de coração a coração, com o Senhor. Ser santo é ser criativo, buscar
saídas novas para os problemas, olhar ao redor para descobrir o que é possível
fazer para melhorar o mundo.
Santa Maria del Carmelo Salles y Barangueras, religiosa
espanhola deixou a herança de uma obra educativa confiada à Virgem Imaculada, que
continua a dar frutos abundantes entre os jovens e através da entrega generosa
das suas filhas que, como ela, se confiam ao Deus que pode tudo. Santidade é
contagiar outras pessoas com otimismo e virtude! Quem vai atrás de Jesus Cristo
é seguido pelas outras pessoas, pois o exemplo arrasta!
Santa Marianne Cope, alemã, cuidou dos leprosos no Havaí, aceitou o convite para
abrir uma casa para mulheres e meninas na Ilha de Molokai, partindo com coragem,
onde cuidou do Padre Damião, então já famoso pelo seu trabalho heroico com os
leprosos, assistindo-o até a sua morte e assumindo o seu trabalho com os
leprosos. Procura-se gente que aceite desafios! Inscrições abertas em nossas
Igrejas!
Santa Kateri Tekakwitha, indígena, filha de pai Mohawk e de mãe Algoquin cristã, que lhe
transmitiu a fé no Deus vivo. Batizada aos vinte anos de idade, manteve-se fiel
às tradições culturais do seu povo, morreu com vinte e quatro anos. Levando uma
vida simples, Kateri permaneceu fiel ao seu amor por Jesus, à oração e à Missa
diária, receitas infalíveis para uma vida de perfeição cristã. Nela, fé e
cultura se enriqueceram mutuamente! A ficha para a inscrição na Escola da
santidade aceita pessoas de todas as raças, culturas e idades! Sejam também bem
vindos os povos indígenas!
A
jovem Santa Anna Schäffer, nascida em
uma família humilde, conseguiu, trabalhando como doméstica, ajuntar o dote então
necessário para poder entrar na vida religiosa. Neste emprego, sofreu um grave
acidente com queimaduras incuráveis nos seus pés, que a prenderam em um leito
pelo resto da vida. Seu quarto de enferma se transformou em uma cela
conventual, e o seu sofrimento, em serviço missionário. Seu apostolado de
oração e de sofrimento, de oferta e de expiação seja um exemplo luminoso e que
a sua intercessão fortaleça a atuação abençoada dos centros cristãos de curas
paliativas para doentes terminais. A vaidade pessoal superada, a oferta da vida
a Deus e aos irmãos, sem perder tempo! Um roteiro na estrada das pessoas que “decidem
em seu coração fazer a santa viagem”! (cf. Sl 83,6).
Por fim, nossa padroeira, Santa
Bernadette, que durante as dezoito aparições, primeiro se encantou com a
mensagem e o sorriso de Nossa Senhora e depois foi agraciada com a grande
revelação, que na 16ª aparição (25.03.1858), movida por um ímpeto que não
consegue exprimir, pergunta por quatro vezes com profunda delicadeza: Senhora, quereis ter a bondade de me dizer
quem sois? Ela então responde: EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO. Grande honra,
pois a quatro anos, em 1854 a Igreja proclamou o dogma da IMACULADA CONCEIÇÃO.
Deus quis usar desta pequena menina para confirmar a fidelidade da Igreja que caminha em
comunhão com o Deus da Vida. Milhares de peregrinos que passaram por Lourdes
puderam se deixar encontrar por Jesus Cristo, pois os maiores milagres
acontecidos neste local, foram os encontros dos homens consigo mesmos. O maior
milagre que Deus propõe ao homem é que tenha um coração contrito e humilhado,
este Deus não rejeita.
Esta
é, quem sabe, uma nova espécie de ladainha, à qual se pode acrescentar uma
lista de nomes e estilos de vida, inclusive o meu e o seu! Somos chamados a
fazer parte desta grande multidão incontável dos escolhidos por Deus. Seja uma
sadia propaganda para que as propostas das bem-aventuranças (Mt 5 a 7)
encontrem eco no coração dos homens e mulheres de nosso tempo. Não tenhais medo
de seguir a Cristo, pois Ele não quer tirar nada de nós e sim nos enriquecer
com seus bens.
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