terça-feira, 30 de outubro de 2012

Reflexões sobre o Ano da Fé - Pe José Antonio Tejada

ANO DA FÉ, GRANDE CHAMADO À SANTIDADE
Pe. José Antonio Tejada
Paróquia Santa Bernadette
      O Ano da Fé se apresenta como uma “hora de Deus” para a Igreja Católica. São objetivos da vivência do Ano da Fé: a) renovar a profissão da fé, de maneira pessoal e comunitária; b) aprofundar o conhecimento das verdades da fé; c) difundir, estudar e conhecer melhor o Catecismo da Igreja Católica e/ou o Compêndio do Catecismo; d) pedir perdão a Deus pelas infidelidades contra a fé; e) despertar nos fiéis um novo apreço pela fé católica, a alegria de crer e o desejo de testemunhar e transmitir a fé aos outros (Card. Dom Odilo Pedro Scherer)

 Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar Ap 7,9.
“Festejamos a cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente o vosso louvor. Para esta cidade caminhamos pressurosos, peregrinando na penumbra da fé” (Prefácio da Missa de todos os Santos). Neste Domingo, olhamos para cima, buscando as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita do Pai (cf. Cl 3,1), pois Deus, que nos fez para a comunhão com Ele na eternidade, não pensou para nós o nivelamento no pecado, na maldade, na corrupção. Fomos feitos para a perfeição, para a santidade. Ser santos é nossa vocação, partindo da santidade que é dom recebido no Batismo (1 Jo 3,1-3), para percorrer os passos da santidade moral, dever de todo cristão.
         O reconhecimento da santidade de homens e mulheres, quando a Igreja celebra beatificações ou canonizações, como fez há poucos dias o Papa Bento XVI (cf. Homilia do Papa Bento XVI, no dia 21 de outubro de 2012), quer mostrar a todas as pessoas, de todas as classes sociais, idades e vocações, que a proposta da vivência do Evangelho lhes é igualmente destinada.
São Jacques Berthie, sacerdote jesuíta francês, missionário em Madagascar, lutou contra a injustiça, levando alívio aos pobres e enfermos. Os malgaxes o consideravam um sacerdote vindo do céu, e diziam: Tu és o nosso "pai e mãe"! Morreu dizendo: «Prefiro antes morrer que renunciar à minha fé». Retidão e coerência na profissão de fé como bússola para a própria vida!
São Pedro Calungsod, catequista, evangelizador, mártir! Demonstrou grande fé e caridade, e continuou catequizando os seus muitos convertidos, dando testemunho de Cristo através de uma vida de pureza e dedicação ao Evangelho. A estrada da santidade é feita também para os jovens, dos quais se espera respostas corajosas!
São Giovanni Battista Piamarta, sacerdote de Brescia, na Itália, apóstolo da caridade e da juventude, dedicou-se ao progresso cristão, moral e profissional das novas gerações, com a sua esplêndida humanidade e bondade, com confiança inabalável na Providência Divina e profundo espírito de sacrifício. O segredo da sua vida, intensa e ativa, residia nas longas horas que ele dedicava à oração. Quando estava sobrecarregado pelo trabalho, aumentava o tempo do encontro, de coração a coração, com o Senhor. Ser santo é ser criativo, buscar saídas novas para os problemas, olhar ao redor para descobrir o que é possível fazer para melhorar o mundo.
Santa Maria del Carmelo Salles y Barangueras, religiosa espanhola deixou a herança de uma obra educativa confiada à Virgem Imaculada, que continua a dar frutos abundantes entre os jovens e através da entrega generosa das suas filhas que, como ela, se confiam ao Deus que pode tudo. Santidade é contagiar outras pessoas com otimismo e virtude! Quem vai atrás de Jesus Cristo é seguido pelas outras pessoas, pois o exemplo arrasta!
Santa Marianne Cope, alemã, cuidou dos leprosos no Havaí, aceitou o convite para abrir uma casa para mulheres e meninas na Ilha de Molokai, partindo com coragem, onde cuidou do Padre Damião, então já famoso pelo seu trabalho heroico com os leprosos, assistindo-o até a sua morte e assumindo o seu trabalho com os leprosos. Procura-se gente que aceite desafios! Inscrições abertas em nossas Igrejas!
Santa Kateri Tekakwitha, indígena, filha de pai Mohawk e de mãe Algoquin cristã, que lhe transmitiu a fé no Deus vivo. Batizada aos vinte anos de idade, manteve-se fiel às tradições culturais do seu povo, morreu com vinte e quatro anos. Levando uma vida simples, Kateri permaneceu fiel ao seu amor por Jesus, à oração e à Missa diária, receitas infalíveis para uma vida de perfeição cristã. Nela, fé e cultura se enriqueceram mutuamente! A ficha para a inscrição na Escola da santidade aceita pessoas de todas as raças, culturas e idades! Sejam também bem vindos os povos indígenas!
A jovem Santa Anna Schäffer, nascida em uma família humilde, conseguiu, trabalhando como doméstica, ajuntar o dote então necessário para poder entrar na vida religiosa. Neste emprego, sofreu um grave acidente com queimaduras incuráveis nos seus pés, que a prenderam em um leito pelo resto da vida. Seu quarto de enferma se transformou em uma cela conventual, e o seu sofrimento, em serviço missionário. Seu apostolado de oração e de sofrimento, de oferta e de expiação seja um exemplo luminoso e que a sua intercessão fortaleça a atuação abençoada dos centros cristãos de curas paliativas para doentes terminais. A vaidade pessoal superada, a oferta da vida a Deus e aos irmãos, sem perder tempo! Um roteiro na estrada das pessoas que “decidem em seu coração fazer a santa viagem”! (cf. Sl 83,6).
         Por fim, nossa padroeira, Santa Bernadette, que durante as dezoito aparições, primeiro se encantou com a mensagem e o sorriso de Nossa Senhora e depois foi agraciada com a grande revelação, que na 16ª aparição (25.03.1858), movida por um ímpeto que não consegue exprimir, pergunta por quatro vezes com profunda delicadeza: Senhora, quereis ter a bondade de me dizer quem sois? Ela então responde: EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO. Grande honra, pois a quatro anos, em 1854 a Igreja proclamou o dogma da IMACULADA CONCEIÇÃO.
Deus quis usar desta pequena menina para confirmar a fidelidade da Igreja que caminha em comunhão com o Deus da Vida. Milhares de peregrinos que passaram por Lourdes puderam se deixar encontrar por Jesus Cristo, pois os maiores milagres acontecidos neste local, foram os encontros dos homens consigo mesmos. O maior milagre que Deus propõe ao homem é que tenha um coração contrito e humilhado, este Deus não rejeita.
Esta é, quem sabe, uma nova espécie de ladainha, à qual se pode acrescentar uma lista de nomes e estilos de vida, inclusive o meu e o seu! Somos chamados a fazer parte desta grande multidão incontável dos escolhidos por Deus. Seja uma sadia propaganda para que as propostas das bem-aventuranças (Mt 5 a 7) encontrem eco no coração dos homens e mulheres de nosso tempo. Não tenhais medo de seguir a Cristo, pois Ele não quer tirar nada de nós e sim nos enriquecer com seus bens.
        



 

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